segunda-feira, 18 de maio de 2015

Decorar com Objetos Antigos


A palavra velharia soa-me por vezes, um pouco depreciativa no que toca a avaliar objetos antigos, e o termo antiguidade parece-me por outro lado, snob e pretencioso porque conduz a uma temática de objetos com mais valor e em princípio, centenários. Vintage é outro termo possível, mas a ser fiel, o artigo em questão deverá ter mais de 20 anos e apresentar um certo estilo artístico e ser de boa qualidade. Por outro lado, tentar safar-me e chamar somente antigo pode levar a interpretações dúbias: o que é antigo para mim poderá não o ser assim tanto para outra pessoa.

Com valor ou sem valor - até porque este é um campo em que quem o determina é o meu coração - descobri que os objetos antigos podem fazer muito por uma decoração enriquecendo-a, tornando-a especial e única e até oferecer-lhe um certo carisma. E quando digo decorar, quero dizer usufruir deles, usá-los, vê-los, senti-los. Caso contrário não vale a pena tê-los em casa. Não sei porquê, mas os melhores lençóis em que me posso deitar no verão são precisamente os mais antigos que tenho. E se não os tivesse tirado do baú nunca teria concluído isso.


Gosto de combinar peças de todas as épocas, géneros e feitios desde que goste delas, claro. A palavra chave é mesmo combinar, e saber fazê-lo bem pode tornar os ambientes muito interessantes. Por outro lado, usá-los mal poderá fazer parecer que estamos apenas a acumular coisas, ou criar uma decoração e presença datada.

Algumas das minhas velharias acompanham-me desde pequena, umas foram oferecidas, outras comprei em segunda mão... até achei tesourinhos à beira do contentor! Às vezes ponho-me a pensar no percurso delas, nos seus donos, nas energias que elas transportaram até chegarem até mim.
Quando não conheço a proveniência (mas também quando conheço), lavo muito bem o objecto, ou no caso de mobiliário gosto de arejar bem as madeiras na rua, de preferência expostas ao sol. Isto ajuda a remover cheiros de humidade e da própria casa dos seus antigos donos. Deixa-os a modos que prontos para se sintonizarem numa nova frequência: a nossa. Estes são alguns cuidados que aprendi com a querida Hazel.

Conjunto de veados em latão (eBay)

Mesa com tampo em mármore encontrada à beira do contentor

Poltrona de fabrico suíço anos 70. Troca.
Maleta Samsonite, andava perdida na nossa própria garagem a servir de arrumação para as lixas...

Espelho em madeira ornamentada encontrado na minha rua à beira do contentor. Obrigada vizinho!

Mesinha de cabeceira restaurada, oferta de familiares.

As minhas mais recentes aquisições são estes potes altos azuis. Encontrei-os através de um grupo apreciador de velharias no Facebook, e foram uma pechincha tendo em conta o valor que custariam novos numa loja. Adoro-os e gosto muito de usá-los juntos ou separados.



Através de outro grupo, encontrei uma mesinha de cabeceira (mais uma!...) que comprei para alterar e que neste momento está quase pronta.


Como nota final, gostaria de dizer que não gosto só de velharias (nem pouco mais ou menos!). Confesso que encontro muitos objetos antigos que considero medonhos, e que embora alguns lhes atribuam muito valor e /ou lhes teçam largos elogios, eu não os quereria nem dados. Mas isso acontece da mesma forma com coisas novas, em lojas modernas. O facto de serem velharias não é por isso, motivo suficiente para eu gostar delas.

Por outro lado, a simbiose entre objetos antigos e novos que me são queridos encanta-me, e é esse sentimento que procuro passar com este texto.

Boa semana!

17 comentários

  1. Também adoro esta mistura e concordo contigo, os ambientes ficam mais ricos.
    Em casa também optei por uma mistura de moderno e antigo e adoro imaginar as histórias que aqueles móveis contam :)
    Beijinhos

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    1. Olá Ana. Eu também acho que os ambientes ficam mais completos, mais verídicos, sem aquele ar de que foi tudo comprado na mesma loja.
      Pena que muitas das histórias possivelmente interessantes se tenham perdido e não cheguemos a saber mais sobre algumas peças. Beijinho

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  2. Os potes são lindíssimos!
    E adorava uns lençóis assim para a minha cama :)

    Beijinhos,
    Carolina

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    1. Obrigada! Lençóis assim costumam passar de mãe para filha, são um presente muito especial. Os meus têm mais de 70 anos.

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  3. Eu adoro velharias (nem todas claro!) e tenho algumas herdadas, outras oferecidas e outras ainda encontradas. Gosto da história e aura que carregam, acho que dão um ar mais "cozy" à casa e oferecem-me a sensação de que esta é já uma casa de família de há muitas e muitas gerações!
    Também adoro poder recuperá-las, transformá-las e dar-lhes uso. Comigo quase nada se desperdiça! ;)

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    1. Das melhores sensações foi encontrar o meu espelho da entrada ao lado do contentor da minha rua. Fiquei tão espantada quando passei de carro e o vi (de costas), que pensei que só podia estar partido ou carunchoso. Estava ótimo e até o meu filho exclamou "que espelho tão bonito!).
      Foi um dos objetos que pensei que ganharia em ser pintado, e assim o fiz, mas há outras peças que não pinto porque simplesmente gosto delas assim. Não sou fundamentalista de nenhuma das opções.
      Obrigada pelo comentário!

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  4. Anda-me a apetecer ter um telefone de disco, daqueles pretinhos, com o seu toque tão característico.;)
    Adorei os lençóis!!

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    1. Encontra-se telefones de disco a partir de uns 15€ em sites portugueses de vendas em segunda mão. Espreita!
      Obrigada!

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  5. Olá Carlinha.
    Rico texto ricas imagens ,está tudo dito .
    A partir daqui cada um que tire as suas ilações .
    Boa semana
    bjs
    Lulu

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    1. Olá Lulu! É isso. Esta é uma partilha pessoal e não fomenta necessariamente uma glorificação da velharia, mas sim a saudável convivência entre o novo e o mais antigo. Beijinhos!

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  6. Adorei as velharias e a forma como estão enquadradas no ambiente. Teria muito interesse em conhecer esses grupos no facebook. Pode partilhar o link?

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    1. O grupo: "Doidos por velharias" é bastante grande e os membros estão sempre a publicar partilhas pessoais e vendas. O outro grupo chama-se "Também sou louco e gosto de velharias". Decerto haverá um bom número de grupos no Facebook direccionados para esta temática, eu encontrei estes por acaso.

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    2. Muito obrigada pela resposta rápida. Vou pedir para aderir aos grupos. Tenho andando a visitar e a fazer algumas compras em Feiras de Velharias e antiguidades (http://acasados30.blogspot.pt/2015/05/feiras-de-velharias-e-antiguidades.html) e o facebook pode ser um complemento interessante.

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    3. Outros grupos:
      - Happy Velharias e Companhia Limitada
      - Velharias Compra Vende Aqui
      - Velharias - Procura, Venda, Troca e Divulgação.
      - Antiguidades 1, 2, 3€ só
      - Antiguidades & Velharias...Tesouros do passado!
      - Antiguidades Varias Gerações
      - Velharias, antiguidades e derivados
      - Arca das Recordações - Antiguidades, Velharias, Brinquedos e Artesanato
      - DOIDOS POR VELHARIAS1 E ANTIGUIDADES
      - Leilões de Velharias e Antiguidades em Portugal

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  7. Também adoro esta junção entre o novo e o velho, inclusive nas próprias casas. Acho lindo por exemplo, uma casa com carácter, antiga, completamente renovada. Por outras palavras, aproveitando os traços originais, mas renovando, dando-lhe nova vida.
    Bjs

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  8. Concordo contigo! Gostei muito do post!
    Há peças de antiquário que até me arrepiam, já outras dava tudo para as melhorar e ajustar à decoração de casa... Muitas vezes até só depende se aquela era pertence de alguém querido, um objecto de carinho ou se era algo que procurávamos há muito tempo... As tuas peças estão muito bonitas!

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  9. Existe aquele velho ditado que diz que o lixo de uns é o tesouro de outros, e é bem verdade.
    O que uns não querem pode sempre ser aproveitado por pessoas com paciência talento, e bom gosto. :-)
    Beijos.
    Ana Silva.

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