Ora muito bem... já não é a primeira vez que falo em osgas aqui no blog.
De todas as vezes, aproveito para sensibilizar os leitores que aqui vêm e faço uma campanha pró-osga.
É um animal tão pouco compreendido, que corre o risco de extinção: cada vez que o ser humano o vê, tem logo ideias de o matar (de certeza que já lhe aconteceu!).
São na verdade muito benéficas e não libertam venenos,
nem mijam nos olhos da gente, como algumas pessoas muito mal informadas pensam.
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Fotografia com o zoom no máximo, e de dentro de casa: o casal de osgas do nosso quintal. |
As osgas fotografadas acima, moram no nosso quintal há vários anos. Comem os piolhos e insectos que destroem as plantas e até já acabaram com uma carreiro de formigas que por ali passava.
Quando dentro das habitações, fazem verdadeiras limpezas a todos os insectos existentes, e até baratas elas caçam.
Estas nunca entraram cá em casa, mas uma osga pequenita veio fazer-nos uma visita um dia destes. Encontrei-a na cozinha, mas a bicha escondeu-se logo debaixo dos armários.
Esqueci-me do assunto. Mais tarde, quando me ia deitar, fui à casa de banho e puxei o autoclismo. A bichinha estava mesmo atrás da sanita e assustou-se tanto que me assustou a mim.
Como tenho nervos de aço para todo o tipo de repteis (o meu fraco são mesmo os aracnídeos... brrrrr), peguei no que tinha mais à mão para a apanhar (não matar!):
Oh yeah. Com um movimento rápido, apanhei-a com o desentupidor. E fui-me deitar.
No dia seguinte, fui levar os miúdos à escola, e lembrei-me que ainda tinha de ir tratar do assunto da osga.
Os meus filhos gostam muito de ir espreitar à janela da cozinha para as apreciar a apanhar sol, mas nunca viram as osgas de muito perto, já que são muito fugidias.
Até usam os termos «giras» e «queridas» para as caracterizar.
Então, fiz-lhes uma surpresa.
Com cuidado, usei um pedaço de cartão para passar por baixo do desentupidor (mas também pode utilizar-se uma taça grande ou um pequeno alguidar), e levei a osga assim. Passei-a para um copo velho e tapei-o com um tecido e um elástico.
Os miúdos ficaram muito entusiasmados e puderam ver de perto (e de todos os ângulos) a bichinha e as suas patinhas hi-tech.
Tento ensinar-lhes e mostrar-lhes a beleza de cada animal e de como podem ser fascinantes. O nosso quintal tem-se revelado um óptimo observatório para esse efeito.
A seguir, fui libertá-la num muro aqui do bairro.
Agora já sabe. Sempre que se deparar com uma osga, não lhe atire nenhum sapato nem dispare sprays insecticidas. Pondere bem se a sua repulsa é mais forte do que a sua vontade de preservar e respeitar um ser vivo.
Use a sua perícia e apanhe o animal sem lhe causar nenhum dano físico.
Obrigada.