Materiais como o mármore eram muito comuns nas casas da década de 70, como é o caso da nossa.
Colocaram mármore nas paredes e chão da entrada, da cozinha e das casas de banho (verde escuro horrível, brrrr). E não é um mármore qualquer, tem alguns 20 mm de espessura.
Com o passar dos anos, fomos lidando com essa situação lentamente. Alguns foram completamente removidos (casas de banho e chão da cozinha, que estava muito maltratado pelos moradores anteriores) e outros foram tapados com
papel de parede, como o das paredes de entrada.
Com as
obras que efectuámos no último Inverno, o nosso plano era cobrir todo o piso térreo com soalho flutuante, incluindo o chão da entrada. Estava muito permeável, encardia com facilidade e estava muito «picado».
Tomámos inicialmente essa decisão de cobrir com soalho porque sempre pensámos que um tratamento profissional seria bastante caro. Mas alguns dias atrás, olhei para o chão e comecei a pensar nos pézinhos molhados e sujos no Inverno em cima do soalho flutuante, no pormenor de ter de persuadir as pessoas a descalçar-se na rua antes de entrar, e no pormenor da nossa recém restaurada
porta de ferro que teria de subir 11 mm e não poderia ser cortada... Também olhei para o potencial daquelas pedras, e de como poderia ficar bonito. Telefonei para uma empresa de vitrificação de mármores e pedi um orçamento.
Pequenas empresas (cada vez mais pequenas) deste sector têm cada vez menos trabalho e clientes.
E agora as pessoas cobrem o mármore com materiais baratos e não pensam duas vezes, suspirou o rapaz que me veio fazer o orçamento, falando do assunto como se fosse quase um sacrilégio. Eu fui sincera e disse-lhe que poderia muito bem ser uma dessas pessoas, uma vez que até já tinha o material (soalho) para avançar com o resto da obra. Tudo dependeria do valor do orçamento.
Lá me deu o valor: 100€ para o chão da entrada, preço de amigo, que precisava de trabalhar, que se fosse há uns anos atrás me diria que não estava interessado (porque são só 7 m2) ou que pediria uns 300€. Feito! No lado de fora da porta temos mais uma porção de pavimento em mármore que estava muito riscado e com manchas de ferrugem e negociámos o preço para tratar mais esse pedaço (apenas polimento, porque no exterior não se faz a vitrificação).
Blá blá blá, vamos lá então ver como estava o chão:
No lado exterior, manchas e riscos profundos.
Na primeira fase do trabalho, é usada uma máquina que desbasta fortemente o mármore.
O trabalho em si não gera pó, apenas uma pasta que é prontamente aspirada com um aspirador de líquidos.
Numa primeira fase, o mármore terá este aspecto:
Ainda o trabalho ia no início quando eu comecei a ver os danos colaterais: o meu papel de parede completamente arruinado. A verdade é que tencionávamos substituí-lo pois começava a descolar e não se revelou uma boa solução para o local, mas agora é mais uma remodelação que não pode esperar. Fiquei a imaginar
Olha se eu já tivesse colocado o lambrim todo pipi e agora quisesse tratar do chão... Ruína!
Depois de colocado betume pedra nas juntas, continuaram o trabalho usando discos cada vez mais suaves para polir o mármore.
Não estive presente durante o processo final de vitrificação, mas parece-me que usaram um produto de acabamento para obter o efeito espelhado.
O resultado final no exterior, já sem manchas nem riscos:
E no interior, a entrada vitrificada:
O chão ficou lindo, clarinho e com um brilho formidável. Será necessário esperar de preferência dois dias até colocar o mobiliário para toda a humidade secar bem.
Cada vez que chego à entrada fico a apreciar a diferença incrível.
Próximo passo: lambrim!...