Decorar com Têxteis - Colchas de Renda

Quando chega o tempo quente, troco os têxteis do quarto por tons mais claros e frescos.

Na minha cama, gosto de misturar o vintage oferecido pelas colchas de renda com almofadas e restante decoração mais contemporânea.

Esta é mais uma colcha de renda que possuo e que será da minha filha quando tiver a sua própria casa. Foi feita pela avó há mais 50 anos.

Pesa muito quilos e tem fartas franjas, e é bastante diferente desta outra que mostrei aqui certa vez (e que também conta com várias décadas).

Antigamente, não era muito fã deste tipo de artigos, mas agora aprecio muito e acho que são peças lindíssimas e com grande valor artesanal, ideais para passarem de mãe para filha.

Quais são as preciosidades que guarda no seu baú?

Bule Kitsch transforma-se em Bule Chic

Costumo olhar para certos objectos das casa das pessoas, e ver-lhes um grande potencial que na altura não têm. Penso que ficariam melhor com outra cor, combinados de outra forma ou até com outra finalidade.

Neste Natal recebi uma prenda que eu achei extremamente kitsch.
Bem sei que as opiniões podem ser muito variadas e até controversas, mas para mim, este bule aplica-se perfeitamente a esse conceito de peça estranha e... kitsch, pronto. Mais kitsch do que isto, para mim, só os cães de loiça.

Vou-me livrar disto - pensei. Estava partido na tampa e tudo (e já tinha sido colado). E a gravura fazia-me lembrar uma terrina com um frango assado.

Mas, num dia de muito boa disposição, pedi ao meu marido para pintar de branco. Ele não se ficou por aí, e ainda consertou a tampinha sem deixar vestígios de que já havia estado partida em diversos pontos.

Agora uso o bule como jarra, e vejam que bonito e actual está agora com a sua roupa nova.

Acho que gosto mais sem as asas.

Não publico o passo a passo, visto que o trabalho foi feito em estufa com materiais próprios para automóveis.
Talvez usando tintas e primários apropriados para loiças de casa de banho se atinjam resultados semelhantes a este.

O Espelho que achei no Lixo finalmente pronto

Com tanta coisinha boa que já trouxe do lixo (ou melhor, do lado do contentor), resolvi criar uma etiqueta nova no blog: tesourinhos achados no lixo.

Com um boa dose de carinho e atenção, transformámos (eu e o meu marido) vários patinhos feios em bonitas peças que são agora elogiadas por quem entra na nossa casa.
Já ninguém as queria ou não gostava, mas eu olhei para elas de outra forma e trouxe-as comigo. Sim, porque quem traz estas peças para casa sou sempre eu, o meu marido nunca encontra nada... bem... já encontrou uma bicicleta impecável para a nossa filha!

O espelho de que lhe falo hoje, foi a última peça que encontrei. Estava em óptimo estado, apenas tinha um ornamento quebrado, mas que era de muito fácil resolução. Estava era muito sujo, e tivemos que nos certificar que não ficavam resquícios de ceras e outras impurezas, senão a pintura poderia ficar arruinada.

Foi todo tratado á pistola. Primeiro foi aplicada uma subcapa, e depois usámos tinta sintética acetinada branca. O mais difícil era mesmo cobrir todo o interior dos ornamentos, especialmente os entrelaçados laterais.

Encontrei-o assim:

Antes

Depois

Emoldurar Lembranças

As molduras são dos objectos decorativos mais versáteis numa casa.

Na última renovação do nosso quarto, usei uma moldura que andava de armário em armário cá em casa. Parecia que nunca encontrava o sítio ou a gravura ideal para ela.
Um guardanapo vintage (com mais de 30 anos) e um pedaço de cartolina preta, foram o que bastou para ajudar a compor a decoração.

Uma Senhora Cadeira - Antes e Depois

Esta senhora que lhe vou apresentar, é muito feminina e gosta de usar jóias.
É assim que eu vejo esta cadeira.

Mas ela não foi sempre assim. O seu destino era o contentor: Porque já está muito velha e tem uma perna partida. Eu disse não senhora, e trouxe-a comigo. Já sabia na minha mente, como queria que ela ficasse.

Só que a cadeira, além da perna partida, estava toda desconjuntada, e teve de ser toda desmontada, para se poder colar e pregar todas as peças. Também alguns ornamentos estavam soltos, e as ferragens de latão escuras e a cair. Em resumo: uma lástima.

Com muita paciência, o meu marido conseguiu restaurar a perna.

Sem falar no assento... Tirei mais de uma centena de agrafos. O forro estava podre mas o tecido que forrava a cadeira estava em excelentes condições, assim como os agrafos). 

Ao desforrar, encontrei a estrutura de molas. Ainda não tinha passado pelas minhas mãos uma cadeira tão antiga.

Os meus lindos chinelos...

Mas foi quando encontrei a madeira neste estado, que me fui abaixo nas pernas e gritei sozinha Caruncho!!

Ai senhores, estava quase a pegar naquilo e enfiar no congelador! Ia ver quem se ria no fim.

Mas o meu marido (que é um sábio), foi mais astuto do que eu e viu que não era nada caruncho, mas sim, marcas de pregos de outras duas vezes que a cadeira tinha sido forrada. Ora bem, feitas as contas, a cadeira foi forrada duas vezes com pregos, mais uma com agrafos, e mais outra vez por mim. Vi fiapos de cor vermelha e de cor verde azeitona. Esta cadeira tem uma grande história para contar! 

 No fim, usei um tecido branco para o acabamento final.

Pintei a cadeira com um primário, demorou dois dias para secar bem. Lixou-se, e passou-se a primeira demão de tinta (mais dois dias para secar). Lixar ligeiramente de novo, e passar segunda demão de tinta (mais dois dias...) Entre cada intervenção, passavam cerca de dois dias. Secagem de colas com a cadeira presa em torno (para as quatro pernas, uma de cada vez)... foram necessárias várias semanas para obter o resultado final.

Ah! Já me esquecia das aplicações de latão: depois de muito bem limpas e polidas, não gostei de ver o dourado, e decidi pintá-las com spray cromado

 Espero que a cadeira se sinta orgulhosa de si mesma. Eu pelo menos, sinto.

Colcha de Renda

Juro que ia desfazer-me desta colcha de renda  há cerca de 7 anos. O meu marido literalmente salvou-a dizendo que era pena, e que tinha um certo valor artesanal, e que até podia valer dinheiro. E eu lá guardei de novo aqueles quilos de renda sem sequer a desdobrar.
Até agora. Separei uns cobertores para os embalar a vácuo (agora tenho todos os edredons e cobertores guardados desta maneira) e deparei-me de novo com a colcha. Não sabia qual era o desenho nem as dimensões e tive uma agradável surpresa: era perfeita para a nossa cama.

Como é que os nossos gostos podem mudar tanto em relação à decoração?
Agora aprendi que devo dar uma segunda hipótese a certos objectos (desde que isso não implique atafulhar-me a casa nem roubar-me espaço precioso). Descobri também que quem fez esta colcha foi uma tia do meu marido, e estimamos que foi feita há pelo menos 40 anos.