Fomos fazer um passeio até Almeirim: a capital da sopa de pedra.
O restaurante onde fomos, é o mais conhecido da região, o
Toucinho de Almeirim.
A sopa de pedra estava uma verdadeira delícia (a receita cedida por este restaurante está
aqui), e acompanhámos com uns pães que eu não conhecia: caralhotas. São cozidos em forno de lenha, e têm um aspecto verdadeiramente rústico.
Desde pequena que conheço a história do frade (mas também há quem diga que era um viajante), que estando cheio de fome, bateu á porta de um casal de lavradores. Estes eram muito avarentos e disseram logo que não lhe dariam nada.
Então só me resta fazer uma sopa de pedra... diz o frade cabisbaixo.
Ao ouvir isto, o lavrador ficou curioso:
Sempre quero ver isso.
O frade disse que se lhe arranjassem uma panelinha e o deixassem usar as brasas, que ele faria a sopa.
A mulher arranjou-lhe a panela e viu-o colocar lá dentro a pedra com água.
E é só assim, mais nada? Pergunta ela.
Com um bocadinho de banha é que ficava bom... dizia o frade. E ela lá lhe arranjou um bocadinho de banha.
Com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos comeriam... E os lavradores lá lhe iam arranjando os ingredientes: feijão, batata, chouriços... Aquilo cheirava que era um primor.
O frade sentou-se a comer muito regalado. Os lavradores avarentos olhavam com atenção, enquanto ele chegava ao fim da panela, onde sobrava apenas a pedra.
Ó senhor frade, então e a pedra? Perguntaram eles.
A pedra lavo-a, e levo-a comigo para outra vez!
E foi assim, que o frade esfomeado comeu uma bela refeição ás custas de quem não lhe queria dar nada.
E aqui está a pedra. Lavei-a, e trouxe-a comigo para outra vez.