terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Mochila estampada de Borboletas

Hoje ia no comboio (coisa rara) e, quando parámos numa das estações, avistei com agrado, uma papelaria que já existe desde que eu era pequena.

Lembro-me de ir com a minha mãe comprar a minha primeira mochila. Estavam todas penduradas cá fora, á porta dessa papelaria. Olhei, e rapidamente escolhi a minha preferida. A minha mãe fez sinal á dona da loja, e ela veio com um gancho comprido, retirou a mochila e entrou com a minha mãe para fazerem o negócio.
Fico do lado de fora, quando vejo chegar uma menina da minha idade, trazendo a mãe pela mão. Olha em volta para as mochilas e exclama triste: Ooh... Já cá não está...!
Ela estava a falar da minha mochila. A mochila de fundo azul clarinho, estampada de borboletas rosa.
Lembro-me que disse mentalmente Bem feita! Senti-me superior, senti prazer com a tristeza dela.

Este episódio já passou pela minha mente por diversas vezes, mas só hoje, ao passar de comboio e reparar naquela pequena papelaria, olhei para a situação de modo diferente. Pela primeira vez, senti compaixão da decepção e tristeza que a menina deve ter sentido. O desânimo de escolher a sua mochila preferida (possivelmente para o seu primeiro dia de escola, como eu), e de voltar e já não a encontrar.
Só hoje, 25 anos volvidos, pensei na menina com carinho. Só hoje, pensei na menina com uma mente madura.

E desculpa...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ganhar dinheiro com coisas do nosso Sótão

Acredito que tenho coisas a mais cá em casa. Abro um roupeiro e está cheio. Abro outro, cheio está. Tenho coisas em que não ponho a vista em cima durante anos (!), do tipo: Ih, já nem me lembrava que tinha isto... Não sabia que estava ali, não me fez falta, deveria desfazer-me dela, certo? Errado! Sou muito apegada ás coisas (desde pequenina), e acho que tenho um medo secreto de um dia ficar sem nada, como já me aconteceu.
Quase que tenho de passar por um período de luto quando me separo de coisas que são para o lixo ou para a Santa Casa.
Eu sei que devemos ter somente aquilo que necessitamos, e até que isso ajuda a dar lugar a coisas novas, boas energias e bom Feng Shui, mas...  eu sou assim, e tento contrariar esse hábito de acumular coisas. É um esforço contínuo.

Tinha no sótão, umas botas Jimmy Dolye da minha juventude, guardadas na caixa de origem. Usei-as todos os dias, durante uns dois anos, e estavam extraordinariamente bem estimadas. Vi ali uma oportunidade de me desfazer de uma coisa que eu sei que nunca mais vou usar, e ao mesmo tempo ganhar uma quantia simbólica por elas.


Coloquei um anúncio no Ebay para as vender. Sabia que não queria desfazer-me delas por menos de vinte euros, por isso foi essa a base de licitação. Também estaria confortável em deixá-las ir por esse valor caso não houvesse mais do que uma licitação. Assim foi. Uma menina britânica licitou e ganhou as minhas botas por vinte euros.
Embalei-as com muito cuidado, e despedi-me delas enquanto as levava á estação de correios.

Acabei por vender não as botas, mas o espaço que elas ocupavam cá em casa, entendem? Não me lembrava que as tinha, nem me faziam falta. Eram o equivalente a uma pedra com as mesmas dimensões. E ainda ganhei vinte euros com aquela pedra.
Vou procurar mais pesos do género cá por casa...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A-ha Moment

O verdadeiro mérito é como um rio, quanto mais profundo ele é, menos barulho ele faz. Marquês de Halifax



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