Hoje ia no comboio (coisa rara) e, quando parámos numa das estações, avistei com agrado, uma papelaria que já existe desde que eu era pequena.
Lembro-me de ir com a minha mãe comprar a minha primeira mochila. Estavam todas penduradas cá fora, á porta dessa papelaria. Olhei, e rapidamente escolhi a minha preferida. A minha mãe fez sinal á dona da loja, e ela veio com um gancho comprido, retirou a mochila e entrou com a minha mãe para fazerem o negócio.
Fico do lado de fora, quando vejo chegar uma menina da minha idade, trazendo a mãe pela mão. Olha em volta para as mochilas e exclama triste: Ooh... Já cá não está...!
Ela estava a falar da minha mochila. A mochila de fundo azul clarinho, estampada de borboletas rosa.
Lembro-me que disse mentalmente Bem feita! Senti-me superior, senti prazer com a tristeza dela.
Este episódio já passou pela minha mente por diversas vezes, mas só hoje, ao passar de comboio e reparar naquela pequena papelaria, olhei para a situação de modo diferente. Pela primeira vez, senti compaixão da decepção e tristeza que a menina deve ter sentido. O desânimo de escolher a sua mochila preferida (possivelmente para o seu primeiro dia de escola, como eu), e de voltar e já não a encontrar.
Só hoje, 25 anos volvidos, pensei na menina com carinho. Só hoje, pensei na menina com uma mente madura.
E desculpa...
Lembro-me de ir com a minha mãe comprar a minha primeira mochila. Estavam todas penduradas cá fora, á porta dessa papelaria. Olhei, e rapidamente escolhi a minha preferida. A minha mãe fez sinal á dona da loja, e ela veio com um gancho comprido, retirou a mochila e entrou com a minha mãe para fazerem o negócio.
Fico do lado de fora, quando vejo chegar uma menina da minha idade, trazendo a mãe pela mão. Olha em volta para as mochilas e exclama triste: Ooh... Já cá não está...!
Ela estava a falar da minha mochila. A mochila de fundo azul clarinho, estampada de borboletas rosa.
Lembro-me que disse mentalmente Bem feita! Senti-me superior, senti prazer com a tristeza dela.
Este episódio já passou pela minha mente por diversas vezes, mas só hoje, ao passar de comboio e reparar naquela pequena papelaria, olhei para a situação de modo diferente. Pela primeira vez, senti compaixão da decepção e tristeza que a menina deve ter sentido. O desânimo de escolher a sua mochila preferida (possivelmente para o seu primeiro dia de escola, como eu), e de voltar e já não a encontrar.
Só hoje, 25 anos volvidos, pensei na menina com carinho. Só hoje, pensei na menina com uma mente madura.
E desculpa...